segunda-feira, 12 de julho de 2010

7ºdia... Mendiga Ana

Chegada à Baixa: encontro-me com elas, nervosa como no primeiro dia, sempre no sítio do costume.
Entro nos armazéns do chiado como Ana e saio como mendiga, sento-me numas escadas muito escondidas, poucas pessoas passavam por lá...
A Rita disse-me para eu me sentar ao fundo das escadas, para poder ser vista por mais pessoas e para ser mais realista. Fiz o que ela me disse… Sentei-me então ao fundo das escadas e iniciei a representação do meu papel.
Encostada à parede sinto novamente todos os tipos de olhar.
Dirige-se a mim uma senhora que me pergunta se me sentia mal disposta e se precisava de alguma coisa, e eu respondia sempre que não acenando a cabeça.
Passado algum tempo apanhei o meu maior susto. Não tinha visto uma rapariga aproximar-se de mim e assustei-me, ela perguntou se eu estava bem, se alguém me tinha feito mal, se eu queria que ela liga-se para os meus pais, se estava sozinha, onde estavam os meus sapatos, se tinha fome, pedia-me para olhar para ela, acenava sempre com a cabeça que sim ou que não, mas ela sempre a insistir... Eu cheia de medo só a pensar: Rita aparece aqui rápido.
Só que não conseguia fazer nenhum sinal a ela e ela não vinha. Quando a rapariga me diz: “levanta-te, vem comigo até minha casa" perdi a cabeça, só me apetecia chorar e fugir.
Mal ela se levanta faço sinal e peço para irmos embora. Levantei-me e comecei a andar rápido antes que a rapariga voltasse ou viesse atrás de mim.
Perguntei se já havia boas fotografias, porque estava a ser muito complicado continuar. Assim volto a entrar nos armazéns e dirijo-me às casas de banho como mendiga e volto a sair como Ana. Obviamente acabei o dia cheia de medo, mas até que é gratificante.

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